Caixa na primeira quinzena de novembro: como estão sendo tratados nossos direitos
As negociações e atitudes da Caixa pós-campanha salarial continuam preocupando. Além da falta de dados e de compromisso em relação aos caixas e tesoureiros, na negociação sobre os deltas a empresa vem com imposições absurdas para a distribuição.
Também estamos enfrentando, nos bastidores jurídicos, a Caixa se utilizando de cláusulas do acordo, ainda não implantadas (previstas somente para janeiro), para tentar derrubar decisões judiciais favoráveis aos colegas, o que reafirma sua intenção de redução do passivo trabalhista com o menor custo possível, lesando novamente quem busca justiça por suas perdas consolidadas.
O balanço mostra que o lucro da Caixa cresceu, mas a redução de empregados e postos de trabalho castigam e trazem sobrecarga. Como se não bastasse a pressão da Caixa, temos também uma ameaça externa na área tributária com uma possível taxação do nosso plano de saúde.
Precisamos estar sempre em estado de alerta e bem informados, para não perdermos direitos. Seguem abaixo os resumos dos principais acontecimentos relacionados à saúde e ao direito do trabalhador, da primeira quinzena de novembro:
Caixas e tesoureiros
As negociações entre os representantes dos empregados da Caixa e a direção do banco continuam difíceis, com falta de transparência em questões fundamentais. A reunião recente, em 05/11, não avançou, e um novo encontro foi agendado para 18/11.
A Caixa segue sem apresentar dados com os números de caixas e tesoureiros, e dos colegas que exercem essas funções por minuto, sem os quais é impossível avaliar o número de nomeações necessárias. Também insiste em que as novas nomeações não tenham quebra de Caixa, o que, além de absurdo, abriria precedentes, inclusive para as ações em tramitação, que discutem o tema, e ainda não chegaram a decisões finais.
Se existiam dúvidas quanto a Caixa usar esse subterfúgio, as atitudes tentando derrubar as ações judiciais usando as cláusulas do acordo salarial que sequer foram implantadas, deixam claras as intenções do banco. Além disso, o banco se recusa a formalizar qualquer acordo, mantendo conversas intermináveis que podem terminar no "dito pelo não dito".
Precisamos que nossos negociadores estejam atentos e preparados para barrar em mesa, qualquer proposta que prejudique a maioria dos trabalhadores do setor.
Sobre os deltas
No âmbito dos "deltas", faltando 50 dias para o ano acabar, a Caixa propôs critérios complexos e uma distribuição não linear. Os critérios subjetivos, como sempre, fragmentam a categoria e os objetivos são apresentados sem prazo hábil para conclusão. A proposta foi rejeitada em mesa. Defendemos a distribuição linear dos "deltas".
Lucro da Caixa
Nos primeiros nove meses de 2024, o banco lucrou mais de 9 bilhões, um crescimento de 21,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Somente nos últimos doze meses, foram fechados 3.413 postos de trabalho, reduzindo novamente o número total de empregados.
Estamos com pouco mais de 80 mil empregados (a empresa já chegou ao número de 100 mil empregados), mas a demanda e a sobrecarga continuam aumentando, com um acréscimo de 1,2 milhão de clientes em doze meses e 2,08 milhões no trimestre.
Tributação do plano de saúde
Por fim, paira sobre os empregados da Caixa uma possível taxação do Saúde Caixa, prevista no PLP 68/2024. A proposta de tributação sobre o plano de saúde gerido pelo banco ameaça aumentar os custos para os empregados. Precisamos pressionar o Senado para alterar o projeto e garantir a isenção dos impostos, uma vez que o Saúde Caixa é um plano sem fins lucrativos.
