Cerca de 85% dos municípios do Rio Grande do Sul já foram afetados pelas fortes chuvas que assolam o estado desde o dia 27 de abril. O número de mortes e de pessoas desaparecidas aumenta a cada dia, famílias estão completamente abaladas em um cenário de destruição. 

Buscando proporcionar o mínimo de dignidade e aliviar tão pesado fardo, a Apcef/RS esteve reunida ontem, dia 9 de maio, com a Superintendência da Caixa de Porto Alegre, no momento mais afetada. Da mesma forma, a APCEF está em contato com os Superintendentes da Serra Gaúcha e Centro Gaúcho. Em debate, o impacto dessa tragédia sem precedentes na vida dos empregados e empregadas. Uma série de ações foi publicada e atualizada conforme as situações são identificadas, mas nem todas as medidas foram colocadas em prática e algumas ainda são insuficientes.

Participaram da reunião pela SR de Porto Alegre, Renato Scalabrin, a Gerente de Rede, a representante da CEREP Porto Alegre e também a representante da Gerência Executiva que faz o Relacionamento com as Entidades – GEMPR.  Representando a Apcef/RS estavam Célia Zingler, diretora de Aposentados(as) e Previdência, Michele Venzo, diretora de Saúde e Relações de Trabalho, e Simoni Medeiros, diretora do Bem Comum.

Na conversa, foram apresentadas pela Associação as preocupações com os locais de trabalho, o tempo de reconstrução, os custos futuros que os empregados e empregadas terão com o aluguel e com a recuperação de tudo aquilo que perderam.

Embora a posição da Caixa seja a de priorizar as pessoas, chegou ao conhecimento da Apcef que alguns gestores estão pressionando os(as) empregados(as) a comparecer aos locais de trabalho, mesmo que sem viabilidade de deslocamento, para realizar uma série de atividades, entre elas cobrança de inadimplência. 

Metas: O SR esclareceu que as metas dos meses de maio e junho estão suspensas, assim como também estão suspensas as cobranças, para o Rio Grande do Sul. Segundo ele, todos os gestores já receberam orientações para que o foco nas agências seja o atendimento da população para os serviços essenciais, mas somente se houver condições de trabalho.

Consignado: Foi questionada a impossibilidade de pausa para esta importante linha de crédito. A SR informou que, apesar da operação não prever pausa, as taxas foram reduzidas e é possível contratar a renovação do consignado com carência de até 6 meses.

Adiantamento de até 10 salários: A Apcef pontuou que a maioria dos colegas não dispõe de margem no contracheque para solicitar este adiantamento, e que alguns têm excesso de débito por conta do aumento da mensalidade do Saúde Caixa. A Caixa informou que ainda não há uma solução para este problema, mas que está analisando alternativas para atender aos empregados e empregadas que mais necessitam. 

Retorno da GIPES: Ainda na reunião de ontem, a Apcef defendeu a implantação imediata da GIPES em Porto Alegre, como piloto, em razão da emergência no atendimento aos(às) empregados atingidos(as), além das demandas represadas do Saúde Caixa, que também impactam fortemente as pessoas aposentadas e seu grupo familiar. A Caixa informou que há previsão para retomada das GIPES em junho, mas que o Rio Grande do Sul deve receber apenas uma representação. Em face dos últimos acontecimentos, a Apcef entende que esta posição deve ser repensada e é urgente que seja instalada com brevidade ao menos uma unidade de atendimento regional de pessoas. 

Apoio psicológico: A SR informou que para o RS não haverá limite para uso da plataforma Conexa, que oferece atendimento psicológico e psiquiátrico custeado integralmente pela Caixa (nos outros Estados, há limite de 3 consultas psicológicas e 1 consulta psiquiátrica por mês). A Apcef apontou que as equipes também precisam de apoio, já que haverá muita carga emocional envolvida no atendimento à população. A Caixa informou que já existe este planejamento e que pretende iniciar o atendimento psicológico nos locais de trabalho em junho.

Saque Calamidade FGTS: A Associação sugeriu ampla divulgação das regras e dos prazos nos veículos de imprensa, especialmente nas rádios de caráter estadual, considerando que a internet continua precária, e assim evitar informações erradas e deslocamentos desnecessários. Foi ressaltado que é importante esta providência em respeito à população atingida, pois os(as) empregados(as) somente poderão cumprir o trabalho quando todos os requisitos forem cumpridos pelos municípios afetados pela tragédia da emergência climática, que gerou enchentes e graves deslizamentos. Para consultar os municípios já habilitados, prazos e outras informações: www.fgts.gov.br/Pages/sou-trabalhador/saque-calamidade.aspx.

Solicitação junto à FUNCEF

Também nesta quinta-feira, o presidente da Apcef/RS, Marcos Todt, juntamente com Fabiana Matheus, ambos eleitos para o Conselho Deliberativo da FUNCEF, solicitaram à Diretoria de Benefícios e à Presidência da FUNCEF a suspensão do pagamento das prestações dos empréstimos da FUNCEF até o final do ano corrente, mesmo critério da Declaração  de Calamidade do governo federal no Rio Grande do Sul. Além disso, Todt e Fabiana pediram uma análise para a criação de uma linha de crédito emergencial, para atender nesse caso, também exclusivamente aos participantes do Rio Grande do Sul.

Considerando o momento difícil para um grande conjunto de associados e associadas, a Diretoria da APCEF se coloca à disposição para informações, denúncias e outros assuntos relevantes com o objetivo de buscar soluções o mais rápido possível. Entre em contato através dos telefones/whatsapp das diretoras: 

Célia Zingler: (51) 99984-0923

Michele Venzo: (51) 98174-0494

Simoni Medeiros: (51) 98233-1132