Sem avanços nas negociações, agora é greve!
A assembleia de ontem, dia 11 de setembro, foi marcada novamente pela falta de transparência da Caixa ao não apresentar a minuta completa para apreciação e análise dos bancários, e pela tentativa por parte do comando de aprovação de um acordo que a categoria já rejeitou em assembleia anterior.
O comando tenta justificar a Caixa, alegando que é desnecessária a apresentação de minuta, exigindo do bancário confiança na palavra da Caixa. Como confiar quando são justamente os representantes do comando, que relataram em assembleia que foram ludibriados pela Caixa, que a empresa publicou uma minuta de acordo em suas redes de comunicação, durante a primeira assembleia do dia 04/09, diferente do que tinham acordado em mesa?
Além desse fato, a proposta apresentada em 11 de setembro não altera em nada as diversas cláusulas prejudiciais aos bancários, somente joga essas cláusulas para negociação futura e isolada, com altos riscos de perdas para os bancários e sem os riscos que a atual mobilização, que negou a proposta, representa para a Caixa.
Assim como no caso do Saúde Caixa, onde a negociação desencontrada e a falta de compromisso em resolver as questões levaram a um acordo que onerou os bancários, a proposta atual repete a mesma estratégia de adiar e fragmentar as discussões. O único avanço oferecido é a criação de grupos de trabalho para discutir o assunto futuramente, sem garantias reais. Esses grupos de trabalho foram um dos fatores que contribuíram para a situação insustentável do Saúde Caixa.
Entre os principais problemas da proposta, destacam-se:
- A redução proporcional da gratificação salarial para quem optar pela jornada de 6 horas;
- A mudança na compensação por quebra de caixa exigindo que o caixa executivo escolha entre receber o valor da função ou receber a quebra de Caixa;
- A eliminação do intervalo de 10 minutos a cada 50 minutos de digitação;
- A falta de posicionamento efetivo sobre o teto do Saúde Caixa, que atualmente representa uma grande perda salarial para os bancários e bancárias da Caixa;
- A falta de efetividade relacionada aos temas da FUNCEF.
A negociação entre o comando e a Caixa está marcada por uma série de retrocessos. A falta de transparência por parte da Caixa, não apresentando a minuta completa não pode ser aceita, pois desde a reforma trabalhista, onde o acordado vale mais que o legislado, assinar um acordo coletivo sem ler é como assinar um cheque em branco.
A falta de transparência compromete a capacidade dos trabalhadores de avaliar adequadamente as condições oferecidas. Sem uma minuta completa, os bancários não conseguem tomar decisões informadas e assertivas.
Portanto, é essencial que todos os bancários e bancárias se unam na greve para exigir a apresentação completa da minuta, sem retirada de direitos e com avanços reais em cláusulas sociais e econômicas. As negociações precisam ser conduzidas com a transparência e seriedade que a categoria merece. Sem mobilização, não há como proteger nossos direitos e evitar novas perdas. A hora de agir é agora! Agora é greve!
