Campanha salarial 2024 em fase crítica de negociações
Na terça-feira, 27 de agosto, as negociações entre a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários foram retomadas. Considerando que, já no 1º semestre de 2024, o lucro dos cinco maiores bancos foi de R$ 60 bilhões, um aumento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado, a expectativa era de uma proposta que refletisse minimamente esse crescimento.
No entanto, a proposta apresentada pela FENABAN em 28 de agosto, é de um reajuste salarial que segrega a categoria em faixas com diferentes índices que não cobrem a inflação prevista para o período, além de empurrar o final do reajuste das faixas para dezembro (vide tabela), e o ajuste de benefícios como Vale Alimentação e Vale Refeição para novembro, prejudicando ainda mais os trabalhadores.
O cenário atual parece repetir o mesmo padrão observado nas últimas negociações do Saúde Caixa: uma série de propostas que não atendem às necessidades da categoria, sem resolução efetiva. Precisamos que nossos negociadores continuem assumindo um papel de enfrentamento, diante de propostas tão absurdas.
O prolongamento das negociações, além da segregação e redução do poder aquisitivo dos bancários, é uma tentativa de enfraquecer a categoria, a tendência dessa proposta de faixas é de empurrar as negociações dos próximos anos para dezembro, buscando desmobilização, exatamente como no acordo do Saúde Caixa.
Para garantir que as conquistas da categoria não sejam comprometidas, é fundamental que a mobilização vá além de manifestações sem a participação efetiva dos bancários da base.
Resta saber se você colega, está disposto a fazer greve de verdade. Se está disposto a assumir a responsabilidade e tomar as rédeas de seu futuro. É arriscado e incerto, sim. Historicamente, a conquista dos direitos não foi fácil, e a perda deles pode ocorrer com a mesma rapidez se não acontecer luta de verdade.
A criação de uma assembleia de estado de greve é essencial para fortalecer a posição dos trabalhadores e assegurar que qualquer decisão não seja apenas uma formalidade em uma assembleia final, onde estaremos com "a corda no pescoço", sem o benefício da ultratividade, restando apenas aceitar.
A hora é de unir esforços e exigir que as negociações sejam conduzidas com a seriedade que a situação demanda. A verdadeira força da categoria está em sua capacidade de se mobilizar de forma contínua e deliberada, garantindo que as decisões reflitam as necessidades reais dos trabalhadores. Mobilização real e decisões coletivas são chave para assegurar um futuro justo e digno para todos os bancários e bancárias.
Tabela proposta:
*Até R$ 5.573,97 - 4,10%
*De R$ 5.573,98 até R$ 8.360,95 - 4,05%
*De R$ 8.360,96 até R$ 11.147,94 - 3,95%
*A partir de R$ 11.147,95-INPC SET
