"Nós não permitiremos que isso aconteça": Comitê de Combate à Megamineração no RS é lançado com apoio de mais de 50 entidades 

2019-06-19 18:23:00

<p><img title="Lan&ccedil;amento do CCM" src="http://apcefrs.org.br/web/upload/misc/image/95e4dbfad7557c1934e554af196321e5.jpg" alt="Lan&ccedil;amento do CCM" width="660" height="440" /></p>
<p><strong><a href="https://www.change.org/p/governador-eduardo-leite-combate-%C3%A0-megaminera%C3%A7%C3%A3o-no-rio-grande-do-sul-sim-%C3%A0-vida-n%C3%A3o-%C3%A0-destrui%C3%A7%C3%A3o?recruiter=974437661&amp;utm_source=share_petition&amp;utm_medium=copylink&amp;utm_campaign=share_petition&amp;fbclid=IwAR0Fa_IjIww2xNx11-d5yFP1c7oLYdwN2ewgjVrRk--LLt9ONltlomvTs6E" target="_blank">A APCEF/RS convida a todas e todos que assinem, clicando aqui, o Manifesto do Comit&ecirc; de Combate &agrave; Megaminera&ccedil;&atilde;o no Rio Grande do Sul: Sim &agrave; vida, n&atilde;o &agrave; destrui&ccedil;&atilde;o!</a></strong></p>
<p>Mais de 50 entidades participaram, na noite de ontem, do lan&ccedil;amento do Comit&ecirc; de Combate &agrave; Megaminera&ccedil;&atilde;o no Rio Grande do Sul, com objetivo de articular a oposi&ccedil;&atilde;o e construir estrat&eacute;gias contra grandes projetos mineradores no estado. A atividade, que lotou o audit&oacute;rio do CPERS, em Porto Alegre, reuniu associa&ccedil;&otilde;es, sindicatos, movimentos populares, grupos ambientais, acad&ecirc;micos, cidad&atilde;os e cidad&atilde;s.</p>
<p>As entidades consideram o Rio Grande do Sul como uma nova fronteira de expans&atilde;o mineradora no pa&iacute;s &ndash; h&aacute; hoje, em andamento, 166 projetos para minerar em territ&oacute;rio ga&uacute;cho, aportando como um meio de salvar a economia do estado. Quatro deles &ndash; aqueles que est&atilde;o em fase de licenciamento ambiental no momento &ndash; foram discutidos no evento: o Mina Gua&iacute;ba, que pretende extrair carv&atilde;o entre Eldorado do Sul e Charqueadas; o projeto Ca&ccedil;apava do Sul, que pretende extrair zinco, chumbo e cobre das proximidades do rio Camaqu&atilde;, no sul do estado; o projeto Tr&ecirc;s Estradas, que objetiva minerar fosfato em Lavras do Sul; e o projeto Retiro, em S&atilde;o Jos&eacute; do Norte, entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atl&acirc;ntico, para extrair tit&acirc;nio.</p>
<p>Em um estado que n&atilde;o tem seu modelo econ&ocirc;mico baseado na minera&ccedil;&atilde;o, a concretiza&ccedil;&atilde;o dos projetos colocaria o Rio Grande do Sul entre os maiores extratores minerais do pa&iacute;s &ndash; uma explora&ccedil;&atilde;o que, de acordo com as entidades, &eacute; &ldquo;totalmente predat&oacute;ria&rdquo; e que aniquila outros setores produtivos das regi&otilde;es onde se instala.</p>
<p>A APCEF/RS participou desde o come&ccedil;o da articula&ccedil;&atilde;o do comit&ecirc;, junto com a Associa&ccedil;&atilde;o Ga&uacute;cha de Prote&ccedil;&atilde;o ao Ambiente Natural - AGAPAN, a Amigos do Meio Ambiente de Gua&iacute;ba (AMA) e o Movimento pela Soberania Popular na Minera&ccedil;&atilde;o &ndash; MAM. Essas entidades, junto com cerca de 20 outras institui&ccedil;&otilde;es, v&ecirc;m se articulando desde maio, primeiramente como resist&ecirc;ncia &agrave; instala&ccedil;&atilde;o da Mina Gua&iacute;ba, e depois ampliando o escopo do comit&ecirc;.</p>
<p>&ldquo;N&oacute;s entendemos que o direito &agrave; sa&uacute;de e &agrave; vida &eacute; inegoci&aacute;vel: no momento em que se entrega a natureza para explora&ccedil;&atilde;o do grande capital, emitiremos uma fatura que ser&aacute; paga no futuro. Nossos filhos e netos, as gera&ccedil;&otilde;es futuras, pagar&atilde;o com a sua sa&uacute;de&rdquo;, disse o vice-presidente da APCEF/RS, Paulo Belotto, no evento de lan&ccedil;amento. &ldquo;A gan&acirc;ncia, a busca pelo lucro imediato de meia d&uacute;zia de empres&aacute;rios &ndash; que na maioria das vezes nem s&atilde;o brasileiros, mas capitalistas estrangeiros que v&ecirc;m aqui drenar nossas riquezas &ndash; em detrimento da nossa qualidade de vida. Isso n&atilde;o vai acontecer: n&oacute;s n&atilde;o permitiremos que isso aconte&ccedil;a&rdquo;, afirmou.</p>
<p>Marcelo Paiakan, morador do assentamento Apol&ocirc;nio de Carvalho, foi o primeiro a falar sobre as consequ&ecirc;ncias dos projetos de minera&ccedil;&atilde;o em fase de licenciamento. Ele vive em um dos territ&oacute;rios afetados diretamente pelo Mina Gua&iacute;ba, a 1500 metros do rio Jacu&iacute;, a apenas 16 quil&ocirc;metros de Porto Alegre e da Regi&atilde;o Metropolitana, ocupando uma &aacute;rea de 4.373,37 hectares. Para ele, a Copelmi, empresa que comanda o projeto, &ldquo;mente descaradamente&rdquo; e tem medo de fazer uma audi&ecirc;ncia p&uacute;blica sobre o tema na Capital. &ldquo;Se minerar &eacute; bom, por que outros pa&iacute;ses fecharam mineradoras? Por que a Alemanha n&atilde;o quer minera&ccedil;&atilde;o? Por que fazem isso onde est&atilde;o os pobres e trabalhadores em pa&iacute;ses subdesenvolvidos?&rdquo;, questionou. Paiakan, que produz vegetais org&acirc;nicos na regi&atilde;o, diz que &ldquo;se depender de n&oacute;s, l&aacute; eles n&atilde;o mineram&rdquo;. &ldquo;&Eacute; bom para pol&iacute;ticos locais, mas p&eacute;ssimo para a popula&ccedil;&atilde;o trabalhadora&rdquo;, sentenciou.</p>
<p>O pecuarista, fot&oacute;grafo e ambientalista Mario Witt falou a respeito do projeto que pretende extrair fosfato em Lavras do Sul. Ele, que participou das audi&ecirc;ncias para a implanta&ccedil;&atilde;o do empreendimento tocado pela empresa &Aacute;guia, diz que pessoas contr&aacute;rias &agrave; minera&ccedil;&atilde;o s&atilde;o colocadas em uma &ldquo;espiral do sil&ecirc;ncio&rdquo; na cidade, j&aacute; que boa parte da popula&ccedil;&atilde;o, &agrave; procura de empregos em uma regi&atilde;o economicamente deprimida, compra a ideia vendida pelas mineradoras. &ldquo;&Eacute; como se fossemos contra o progresso&rdquo;. &ldquo;N&atilde;o se pode falar a favor da qualidade da sua &aacute;gua, do seu solo. H&aacute; um clima de hostilidade, de animosidade, nesses ambientes&rdquo;, relata.</p>
<p>O projeto Retiro, em S&atilde;o Jos&eacute; do Norte, &eacute; um dos que est&aacute; em fase mais avan&ccedil;ada no estado. Empreendido pela RGM Minera&ccedil;&atilde;o, o projeto pretende extrair tit&acirc;nio do solo e j&aacute; tem o territ&oacute;rio do munic&iacute;pio mapeado para a extra&ccedil;&atilde;o. Para Michele Ramos, integrante do MAM, a empresa vem abusando da boa-f&eacute; da popula&ccedil;&atilde;o. &ldquo;H&aacute; comunidades rurais fixadas h&aacute; duzentos anos que sequer sabiam que seriam expulsas do territ&oacute;rio. Quando souberam, passaram a se organizar&rdquo;, disse. Neste ano, de acordo com Michele, j&aacute; houve uma caminhada na cidade, no dia 8 de mar&ccedil;o, reunindo cerca de 300 pessoas, sobretudo mulheres, e uma assembleia popular, manifestando oposi&ccedil;&atilde;o &agrave; minera&ccedil;&atilde;o.</p>
<p>Entre Bag&eacute; e Ca&ccedil;apava do Sul, a Nexa Resources, integrante do conglomerado Votorantim, pretende extrair chumbo, zinco e cobre &agrave;s margens do rio Camaqu&atilde;, o mais importante na bacia hidrogr&aacute;fica na regi&atilde;o. &ldquo;A informa&ccedil;&atilde;o era muito escassa e a intromiss&atilde;o da empresa era muito grande no tecido social. Em todos esses projetos, as transnacionais chegam no territ&oacute;rio muito antes de protocolarem o estudo de impacto ambiental&rdquo;, disse a advogada Ingrid Birnfeld, que falou sobre o projeto durante o lan&ccedil;amento do comit&ecirc;. Ela afirma que h&aacute; uma &ldquo;viola&ccedil;&atilde;o met&oacute;dica dos direitos fundamentais nesses licenciamentos&rdquo;, sobretudo o direito &agrave; informa&ccedil;&atilde;o.</p>
<p>&ldquo;Os impactos apresentados pelas mineradoras s&atilde;o no projeto muito menores do que os que efetivamente ocorrer&atilde;o. Nas audi&ecirc;ncias organizadas e geridas pelas empresas constatamos que existe um controle at&eacute; das listas de falas pelas empresas&rdquo;, alertou. &ldquo;Estamos tentando combater um projeto de governo que passou a ser fortemente endossado pelo atual governo estadual, j&aacute; que o atual secret&aacute;rio de Meio Ambiente e Infraestrutura [Artur Lemos] ocupou a pasta de Minas e Energia no governo Sartori&rdquo;, lembrou.</p>
<p>&ldquo;A hora de atuar &eacute; agora, antes que os empreendimentos aconte&ccedil;am&rdquo;, disse o vice-presidente da AgaPAN, Heverton Lacerda. Para ele, os estudos de impacto ambiental produzidos pelas empresas n&atilde;o s&atilde;o imunes a cr&iacute;ticas, e a sociedade ga&uacute;cha demanda soberania sobre seu destino. Na pr&oacute;xima quinta-feira (27), ocorre em Eldorado do Sul a audi&ecirc;ncia p&uacute;blica que debater&aacute; o projeto Mina Gua&iacute;ba. A atividade est&aacute; marcada para iniciar &agrave;s 18 horas, no gin&aacute;sio da Escola Municipal de Ensino Fundamental David Riegel Neto.</p>
<p><a href="http://apcefrs.org.br/web/upload/misc/file/70c84d0de70e814a57a960af5c319543." target="_blank"><strong>Conhe&ccedil;a aqui as entidades que assinaram o Manifesto at&eacute; agora</strong></a>.<strong>&nbsp;</strong></p>

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