�S�o os de sempre a sofrer as consequ�ncias�: L�derA debate consequ�ncias do aquecimento global 

2019-07-27 19:41:00

<p><img title="L&iacute;derA - Segunda Edi&ccedil;&atilde;o de 2019" src="http://apcefrs.org.br/web/upload/misc/image/32b8cfcd2634119565ed0fa9642574ea.jpg" alt="L&iacute;derA - Segunda Edi&ccedil;&atilde;o de 2019" width="660" height="440" /></p>
<p>Na semana em que pa&iacute;ses europeus como Fran&ccedil;a, Alemanha, B&eacute;lgica, Holanda e Inglaterra registraram recordes de calor de centenas de anos &ndash; em alguns casos acima de 42&ordm;C, como aconteceu em Paris na quinta-feira (25), com o registro da maior temperatura da hist&oacute;ria na cidade &ndash;, a APCEF/RS apresentou o tema das mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas no segundo encontro do L&iacute;derA de 2019. A atividade, realizada novamente na sede de Tramanda&iacute;, recebeu a professora e pesquisadora Lorena Fleury, da UFRGS, que apresentou o tema &ldquo;Mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas e conflitos ambientais: o que fazer?&rdquo;.</p>
<p>O caso das temperaturas extremas em locais ricos da Europa, para Lorena, explicita um dos debates fundamentais quando falamos do aquecimento global: o fato de que pa&iacute;ses mais pobres sofrem impactos mais graves do que os que t&ecirc;m estrutura adequada para mitigar os efeitos das mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas. Enquanto isso, cientistas do clima preveem que a safra agr&iacute;cola em algumas regi&otilde;es do continente africano pode ter quebra de 50% em 2020. &ldquo;S&atilde;o os de sempre a sofrer as consequ&ecirc;ncias&rdquo;, resume.</p>
<p><img title="L&iacute;derA - Segunda Edi&ccedil;&atilde;o de 2019" src="http://apcefrs.org.br/web/upload/misc/image/f3a1e3a14ba0211bf1dcf60db5de6494.jpg" alt="L&iacute;derA - Segunda Edi&ccedil;&atilde;o de 2019" /></p>
<p>A professora conta que em 2014, ano em que participou da delega&ccedil;&atilde;o brasileira da confer&ecirc;ncia da ONU a respeito das mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas em Lima, no Peru, imaginava-se que o aumento de 4&ordm;C na temperatura m&eacute;dia da Terra teria consequ&ecirc;ncias grav&iacute;ssimas para a vida no planeta; no ano seguinte, quando foi assinado o Acordo de Paris, o objetivo assumido foi de n&atilde;o permitir que a temperatura subisse mais do que 2&ordm;C. Hoje, por&eacute;m, a maioria do meio cient&iacute;fico coloca a meta dos dois graus como improv&aacute;vel &ndash; e se prev&ecirc; a possibilidade de que algumas regi&otilde;es registrem a subida de at&eacute; 6&ordm;C at&eacute; o fim do s&eacute;culo.</p>
<p>O aquecimento global, que &eacute; amplamente reconhecido pelo meio cient&iacute;fico, j&aacute; provoca efeitos distintos em cada parte do planeta. A Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas para a Alimenta&ccedil;&atilde;o e a Agricultura (FAO) diz que o aquecimento global afeta &ldquo;fortemente a seguran&ccedil;a alimentar&rdquo;, e tamb&eacute;m se prognosticam problemas para acesso &agrave; &aacute;gua e &agrave; energia, sobretudo de popula&ccedil;&otilde;es mais pobres, como &eacute; o caso das regi&otilde;es da &Aacute;frica citadas pela professora. Cultivos como trigo, milho e arroz, que comp&otilde;em parte central da dieta da humanidade, devem ter sua produ&ccedil;&atilde;o impactada.</p>
<p>Lorena afirma que as consequ&ecirc;ncias, no Brasil, podem ser diversas. O leste da Floresta Amaz&ocirc;nica, por exemplo, tem tend&ecirc;ncia de virar Cerrado. No Rio Grande do Sul, calcula-se que diminuir&aacute; o per&iacute;odo de geadas durante o inverno, ao mesmo tempo em que a possibilidade de grandes secas cresce, impactando a produ&ccedil;&atilde;o agr&iacute;cola. Os efeitos podem se dar tamb&eacute;m na sa&uacute;de da popula&ccedil;&atilde;o: por estar fora da regi&atilde;o dos Tr&oacute;picos, o estado n&atilde;o chegava a ser afetado t&atilde;o gravemente por doen&ccedil;as tropicais como a dengue; com a subida da temperatura m&eacute;dia, por&eacute;m, epidemias podem passar a ocorrer tamb&eacute;m por aqui.</p>
<p>No pa&iacute;s, a expans&atilde;o das fronteiras da cria&ccedil;&atilde;o de gado e da agricultura &eacute; o fator mais importante na emiss&atilde;o dos gases que acentuam o efeito estufa: 60% da contribui&ccedil;&atilde;o brasileira vem da&iacute;. A queima de florestas, junto com a rumina&ccedil;&atilde;o bovina, s&atilde;o os aspectos de maior peso. O governo de Jair Bolsonaro (PSL), recentemente, chegou a anunciar que deixaria de ser signat&aacute;rio do Acordo de Paris, mas depois voltou atr&aacute;s.</p>
<p><img title="L&iacute;derA - Segunda Edi&ccedil;&atilde;o de 2019" src="http://apcefrs.org.br/web/upload/misc/image/64e30211cb9e6a44970e07f83a502116.jpg" alt="L&iacute;derA - Segunda Edi&ccedil;&atilde;o de 2019" width="660" height="440" /></p>
<p>&ldquo;&Eacute; a primeira edi&ccedil;&atilde;o do L&iacute;derA em que a ecologia &eacute; o ponto principal. E a professora Lorena faz um debate muito interessante porque tem forma&ccedil;&atilde;o em biologia e sociologia, de modo que consegue articular muitas perspectivas importantes&rdquo;, disse o diretor de Forma&ccedil;&atilde;o para o Bem Comum Marcos Todt, na abertura da atividade. &ldquo;Aqui, neste espa&ccedil;o de reflex&atilde;o a respeito da sociedade, nos qualificamos para transformar o mundo. N&atilde;o &eacute; uma tarefa pequena&rdquo;, afirmou.</p>
<p>As atividades do L&iacute;der A seguiram durante a tarde, e voc&ecirc; pode conhec&ecirc;-las pelo site da APCEF/RS. Esta &eacute; a quarta edi&ccedil;&atilde;o do curso, que acontece desde 2016 e &eacute; oferecido a Representantes da Associa&ccedil;&atilde;o nas Unidades CAIXA. Em 2019, o semin&aacute;rio ter&aacute; mais um encontro, no mesmo formato, tamb&eacute;m com a finalidade de discutir temas de interesse de empregadas e empregados da Caixa, da categoria banc&aacute;ria e da sociedade em geral. As atividades, sempre come&ccedil;am com debates mais amplos, trazendo intelectuais importantes no cen&aacute;rio nacional e internacional, sempre com abertura para questionamentos e considera&ccedil;&otilde;es de associados/as; na segunda parte dos encontros, representantes discutem temas caros &agrave; pr&oacute;pria Associa&ccedil;&atilde;o.</p>

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