2020-04-20 17:08:00
<p><img title="Imagem: Roberto Parizotti/FotosPublicas" src="http://www.apcefrs.org.br/web/upload/misc/image/c84ef57327fb8f351f30b93991cdd341.jpg" alt="Imagem: Roberto Parizotti/FotosPublicas" width="660" height="660" /></p>
<p>Ao longo de sua trajetória política, e mesmo após ser eleito Presidente da República, Jair Bolsonaro sempre deixou claro que tinha os golpes de Estado em mais alta conta. Nunca foi punido por isso. Desde que passou a ocupar o mais alto posto do Poder Executivo no Brasil, vem tensionando as instituições, dando sinais progressivamente mais claros de sua inspiração autoritária.</p>
<p>No domingo, 19 de abril, ele deu um passo mais longo: participou, discursou e endossou um movimento que tinha como pauta a defesa do AI-5, o Ato Institucional emitido durante a Ditadura Militar que fechou o Congresso Nacional, cassou direitos políticos e suspendeu garantias constitucionais -- o que resultou em institucionalização da tortura e da censura à imprensa.</p>
<p>A APCEF do Rio Grande do Sul, da mesma forma que em outros momentos da história brasileira, organiza e seguirá organizando a resistência a qualquer movimentação em direção ao autoritarismo. No contexto da crise mais grave que nossa geração já viveu, o Brasil vive um período perigoso também do ponto de vista de suas liberdades e garantias democráticas. Iliberal e ignorante, o nosso presidente é reconhecido internacionalmente como o pior gestor de crise entre líderes dos grandes países.</p>
<p>Atos como esse, prestigiado pelo Presidente da República vêm ocorrendo em todo o país, e não somente em apoio a uma ruptura autoritária em termos políticos. Representam também uma ideologia cientificamente negacionista em relação às medidas sugeridas pelas instituições sanitárias mais respeitadas do planeta para a mitigação da pandemia do novo coronavírus. Nosso símbolo verde e amarelo não pertence a quem não dá o mínimo valor à vida. Canalhas que se dizem patriotas não têm direito ao uso da nossa bandeira.</p>
<p>Ao longo do domingo e desta segunda-feira (20), indivíduos e instituições, da direita à esquerda, manifestaram sua preocupação com a radicalização dos rumos políticos do país. Um exemplo é uma articulação inédita na qual 20 governadores e governadoras assinaram uma carta aberta na qual classificam que as falas de Bolsonaro vêm “afrontando princípios democráticos que fundamentam nossa nação”.</p>
<p>Notas de repúdio, entretanto, não são suficientes. Enquanto não nos organizarmos, nossa existência seguirá em risco -- seja pelos efeitos de uma pandemia no nosso sistema público de saúde, seja pela caminhada em direção à morte da democracia.</p>
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