Colônia de São Francisco de Paula - orientações ecológicas
 

2012-04-10 20:53:00

A Colônia da APCEF em São Francisco de Paula é um belo espaço junto à natureza, onde se pode descansar fora dos grandes centros urbanos. A área, que é de preservação ambiental, pertence à FLONA (Floresta Nacional de São Francisco de Paula), uma unidade de conservação de uso sustentável, conforme ampara a Lei Federal nº 9.985, de 18/07/2000).



A FLONA é patrimônio nacional e deve ser preservada. Estar em contato com a natureza é um privilégio, e, muitas vezes, por desconhecimento, os visitantes podem interferir no ambiente. É muito importante observar algumas recomendações, tais como:

*Não alimente os animais: os animais silvestres tem os hábitos alimentares alterados com a ingestão de sal, doce e gordura.

*Retirar plantas, solos e materiais da floresta: tudo que você pode ver no ecossistema é importante para que ele “funcione” naturalmente. Ao retirar uma planta, animal ou mesmo uma pedra, você estará empobrecendo o ecossistema, colocando em risco espécies que já podem estar em extinção ou serem raras, além de estar interferindo na cadeia alimentar dos animais.

*Deixar lixo: O lixo sempre é um grande problema. Ele enfeia a floresta, polui os rios, as trilhas e contamina os animais. Caso realize um passeio na região, leve um saco para recolher seu lixo.

*Em caso de trilhas, proteja-se adequadamente, use uma roupa e calçados para proteção. Lembre-se que o animal está em seu ambiente, então, é normal encontrar algumas espécies no local.

*Morcegos: A entrada de morcegos em residências é muito comum e acontece por vários motivos: busca de alimento, busca de água, filhotes aprendendo a voar, morcegos doentes e busca de abrigo. Morcegos frugívoros podem entrar em residências atraídos por frutas. Caso esse problema ocorra, não aja de forma agressiva: se o animal estiver voando, muito provavelmente encontrará a saída sozinho. Acenda luzes para que o animal sinta-se incomodado e queira sair o quanto antes e possa enxergar as opções de saída. Feche as portas e janelas que permitam a entrada do animal em outro cômodo da casa e abra janelas e portas que permitam sua saída. Evite provocar o animal ou tentar capturá-lo. A melhor opção e deixar que ele vá embora sozinho, sem causar alarme. É importante também não tocar o animal.

Campos de cima da serra: Flora




A paisagem predominante em São Chico é de campos e galerias entremeadas por mata nativa. Na flora, predominam espécies de climas frios, como a araucária (Araucaria angustifolia), o pinho-bravo (Podocarpus lambertii), a casca d'anta (Drimys winteri), além da erva-mate (Ilex paraguaiensis), entre outras.

Os pinhões produzidos pelas araucárias são de grande importância para a fauna e para as pessoas como alimento. Permitem a manutenção de populações de animais silvestres a níveis de densidade superiores ao encontrado em áreas sem araucária. Entre os animais que utilizam o pinhão temos as distintas espécies de veado, pequenos roedores nativos, serelepe, papagaios, bugios, tirivas, pacas, sabiás-cinza, ouriços-caxeiros, cutias e gralhas-azuis, estas duas grandes plantadoras de araucária já que enterram os pinhões para consumo posterior,o que as vezes não ocorre, permitindo assim que a árvore germine.

A madeira da araucária é considerada de excelente qualidade e por conseqüência hoje apenas 3% da mata com araucária continua em pé. Claro que a substituição de florestas por lavouras também contribui significativamente para isto.

Hoje a araucária é protegida por lei. E a coleta e venda de pinhões só é permitida à partir de 15 de abril. Isto para deixar sementes suficientes na natureza para a alimentação dos animais silvestres e para que novos indivíduos de araucária possam germinar, renovando a floresta.

Fauna rica em biodiversidade




A fauna da Região de São Chico é muito rica, com espécies de diferentes regiões geográficas. Nos dias de hoje, ainda são descritas novas espécies de invertebrados e pequenos roedores encontrados no local.

Porém, muitos animais já estão em extinção devido à caça indiscriminada, como a maracanã (Ara maracana, tipo de arara), o queixada (Tayassu pecari) e o cateto (Tayassu tajacu), os dois últimos espécies de porcos selvagens, além da onça-pintada (Panthera onca). Outros animais estão na iminência de desaparecer como o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), o tatu-de-rabo-mole (Cabassous tatoay) e o veado-campeiro (galhado, Ozotocerus bezoarticus).

Na região, também podem ser encontrados mamíferos, como:

*Morcegos: Na verdade existem muitas espécies de morcegos, só no Rio Grande do Sul são 31 espécies, e em nossa região deve existir algo entre 10 a 12 espécies. Ao contrário do que se imagina a maioria delas não se alimenta de sangue e sim de néctar, frutas e insetos, inclusive há o morcego-pescador que como o nome sugere alimenta-se de peixes. Só uma espécie alimenta-se de sangue, que chama-se morcego-vampiro (Desmodus rotundus). Os morcegos são muito importantes como dispersores de sementes e polinizadores, logo, devemos preserva-los.

Outros exemplos de nossa riqueza faunística são o furão, o gambá (também chamado de raposa), as cuícas (existem várias espécies de cuícas), os tatus (ocorrem na região pelo menos três espécies de tatus), o ouriço-caxeiro, o preá, o serelepe, a capivara, o bugio-ruivo, entre outros.

Entre as aves da região as mais comuns e conhecidas temos:

*Siriema: Uma ave que praticamente não voa, assim como o nambu e o macuco. Alimenta-se de serpentes e outros pequenos animais encontrados sobre o campo.

*Tucano-de-bico-verde: o único tucano da região.
Papagaios: ocorrem três espécies de papagaios na região, a mais comum e menor é a baitaca ou maitaca, as outras duas espécies (papagaio-de-peito-roxo e papagaio-charão) estão ameaçadas de extinção e podem desaparecer da região se as pessoas continuarem a capturar filhotes para venda. Por isso nunca compre animais silvestres. Existe um programa de conservação do papagaio-charão sediado em Passo Fundo (UPF), mas com ações em todo estado, é o “Projeto-Charão”.

*Uma ave grande, com grande função no ecossistema como dispersora de sementes é o jacu. Antigamente também encontrávamos nas encostas da serra, a jacutinga, contudo acreditamos que não mais existam indivíduos desta espécie na região de São Francisco.

*Outro animal típico de nossa paisagem é a Curicaca (Cury significa araucária em guarani). Esta ave tem o bico longo e curvo para baixo, uma adaptação para melhor obter seu alimento.

*O famoso Quero-quero é considerado a espécie símbolo de nosso estado.

*Apesar do rigoroso inverno muitas espécies de anfíbios e répteis ocorrem no Planalto das Araucárias. O número total de espécies de anuros (sapos e rãs) na região ultrapassa a marca de trinta espécies. Cada qual com suas particularidades de habitat e de alimentação. Uma espécie de anuro inclusive é endêmica desta parte do planalto é o sapinho-verde-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus cambaraensis) e ameaçada de desaparecer.

*Entre as serpentes, a grande maioria das espécies não é peçonhenta. E todas elas desempenham atividades muito importantes para o equilíbrio natural e para a economia da região, como por exemplo o controle de pequenos roedores.

*Existe uma espécie de serpente muito ameaçada de desaparecimento que é a cotiara (Bothrops cotiara). Parente das jararacas ela é exclusiva das regiões de campo de cima da serra.

Matéria com informações do site da Flona: http://www.florestanacional.com.br/

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