A Fetrafi-RS encerrou na última sexta-feira, 18, a terceira edição do Seminário Estadual de Comunicação. O evento começou na quinta (17) e mobilizou dirigentes sindicais e assessores de imprensa em debates sobre temas atuais ligados à comunicação e à Campanha Salarial 2012.


A Fetrafi-RS encerrou na última sexta-feira, 18, a terceira edição do Seminário Estadual de Comunicação. O evento começou na quinta (17) e mobilizou dirigentes sindicais e assessores de imprensa em debates sobre temas atuais ligados à comunicação e à Campanha Salarial 2012. O Vice-presidente da APCEF, Marcos Todt, participou do Seminário.

No primeiro dia de atividades foram realizados dois painéis com os professores Ticiano Paludo e Ruth Ignácio, ambos da PUC/RS. Mestre em Comunicação Social, Ticiano Paludo abordou o tema “Do analógico ao digital”, fazendo um relato histórico e crítico sobre a evolução dos meios e dos processos de comunicação.




O painelista iniciou suas explanações com uma indagação ao público: “Até que ponto todo o aparato que temos hoje está nos ajudando a nos comunicar e nos tornarmos pessoal melhores?”, questionou.

Segundo Ticiano, é preciso pensar mais nas pessoas. “Temos uma nova geração que não aceita a palavra ‘não’ e que não tem humildade para aprender com os outros. As pessoas estão perdendo a capacidade imaginativa e castrando as outras”.

Por outro lado, o professor destacou que estamos vivendo uma revolução na comunicação e precisamos esquecer velhos hábitos. Para Ticiano, alguns aspectos são essenciais para descrever as mudanças ocorridas na transição da comunicação analógica para a digital, com ênfase para a facilidade de transmissão e armazenamento de dados, a redução do tamanho físico dos dispositivos eletrônicos e facilidade de criar conexões via Internet.

O segundo painel do Seminário pautou a ação sindical diante dos desafios gerados pela evolução da comunicação e da sociedade. A professora dra. em Sociologia, Ruth Ignácio, descreve a sociedade como o concreto historicamente mediado, que produz a vida material e subjetiva dos indivíduos.




“Dentro deste contexto temos a produção do imaginário efetivo, que mantém a ordem vigente e do imaginário radical, que é caracterizado pelo novo e pelo criativo. Um dos grandes problemas de hoje é a nossa incapacidade de pensar além do possível. Ou seja, para propor o novo, temos que ter argumentos”, explica.

A painelista diz que o sindicalismo atual ainda mantém a síndrome da resistência. “Há grandes problemas no sindicalismo atual como a unidade aparente, a dificuldade de inserção das mulheres, a falta de abertura para novas manifestações e muitas vezes, a falta de identificação com a categoria que representa. É preciso ter habilidade para dar voz a quem não tem e de pautar o conflito com discordância solidária”, argumenta a professora.

Ruth observa que o movimento sindical bancário carrega em sua genética a liberdade e o peso histórico de ter sido uma das categorias que contribuíram para a mudança de regime político. “É preciso manter claro que o sindicato não é uma personalidade, mas um projeto de transformação social, que não deve reproduzir a lógica do neoliberalismo”, enfatiza.

O Seminário de Comunicação foi retomado na manhã de sexta-feira (18) com uma “tempestade de ideias” sobre a mídia para a Campanha Salarial 2012. A atividade foi coordenada pelo publicitário Henrique Pereira, da Interlig Propaganda Solidária e teve a participação do diretor da Fetrafi-RS, Juberlei Baes Bacelo, que fez uma explanação sobre o cenário econômico do Brasil, no qual estará inserida a Campanha Salarial dos Bancários 2012.

Fonte: Matéria da Imprensa Fetrafi-RS