“Associações são estruturas mobilizadoras”, diz Thiago Ingrassia Pereira no LíderA 

2022-11-19 18:03:00

Retomado – com público recorde, de dezenas de pessoas – o LíderA em sua edição presencial. Depois de cerca de dois anos em hiato, associadas e associados se reuniram no Espaço Bem Viver de Tramandaí, na manhã deste sábado (19).

A atividade, voltada a Representantes da APCEF nas unidades bancárias, recebeu o sociólogo e professor Thiago Ingrassia Pereira, com o tema “Democracia, participação e associativismo: desafios da cidadania brasileira”.

A abertura do evento se deu com uma fala especial do ex-presidente da entidade, Marcello Carrión, a convite do atual presidente, Marcos Todt.

O LíderA, já em seu sexto ano de debates, para Carrión, é um dos projetos mais importantes da Associação. “É muito querido por nós porque significa renovação – isto que fazemos aqui, hoje: formação de novas lideranças. Um projeto como este dá frutos, por isso avançamos por tantos anos com sucesso”, afirmou.

Thiago Ingrassia Pereira baseou sua exposição nas dimensões econômica e política, mas também cultural e simbólica, afetiva ou subjetiva. Ele é docente na Universidade Federal da Fronteira Sul e já participou de outras atividades na APCEF: outra edição do LíderA, em 2019, na qual falou sobre a desigualdade social como um desafio ao Bem Comum, num curso de formação oferecido em 2020, ou na organização do livro “Em Defesa do Bem Comum”, lançado pela Associação em 2018.

Ele afirmou, no debate desta manhã, que as associações são “estruturas mobilizadoras”. “Manter espaços de construção coletiva é fundamental inclusive para desenvolver-se individualmente – embora o contrário, da individualidade instigar o aspecto coletivo, não ocorra. Não há dicotomia entre indivíduo e coletivo”, disse o professor. “Participação política não é inata. Consciência social, engajamento, é um processo de construção. Tem a ver com a capacidade de perceber pautas, organizar ação e saber o que se está fazendo”.

No Brasil, diz Ingrassia, “temos uma sociedade cindida – somos um dos países mais desiguais do mundo, onde poucos têm muito e muitos têm nada”. São 33 milhões de pessoas que não têm garantido o que comer, e mais da metade da população convive com algum grau de insegurança alimentar. A naturalização dessa desigualdade é fundante na política brasileira, portanto – um desafio à construção do Bem Comum.

“Participar, instigar à mobilização, não é fácil – mas é muito bom que tenhamos este espaço do LíderA, que a APCEF do Rio Grande do Sul mantenha esse objetivo”, finalizou.

O evento segue à tarde, com o Fórum de Representantes a debater assuntos de interesses da Associação.

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