4-3-2003 

2014-10-30 07:00:00

<p class="western" style="text-indent: 1.25cm; margin-bottom: 0cm; line-height: 150%;"><em>Pedro Brum Santos</em></p>
<p>&nbsp;&nbsp; Um livro sobre futebol, que se preze, precisa acreditar em conceitos e, como tal, dizer a que vem. Esse &eacute; o ponto a se destacar na vers&atilde;o que apresentamos. Para come&ccedil;o de conversa, o 4-3-3 do t&iacute;tulo n&atilde;o &eacute; uma escolha aleat&oacute;ria. 4-3-3 &eacute; a afirma&ccedil;&atilde;o da cren&ccedil;a em um esquema t&aacute;tico vencedor. Reverenci&aacute;-lo &eacute; um tributo ao t&atilde;o buscado equil&iacute;brio entre atacar e defender. Sem qualquer pretens&atilde;o cabal&iacute;stica, o 4-3-3 encerra a verdadeira ci&ecirc;ncia de todo o jogo de futebol que est&aacute; em defender-se como puder e atacar quando der. Do ponto de vista da mec&acirc;nica, o 4-3-3 &eacute; um prod&iacute;gio. S&atilde;o quatro jogadores na defesa (fora o goleiro, claro), tr&ecirc;s no meio-campo (com um ou dois volantes) e tr&ecirc;s no ataque (dois pontas e um centroavante). Resumo da &oacute;pera: uma defesa que defende, um meio campo que joga, um ataque que ataca!<br /><br />&nbsp;&nbsp; &nbsp;Est&aacute; certo que, historicamente, o esquema mostrou-se mais eficiente nas equipes em que os jogadores da frente, especialmente os que atuavam pelos flancos do campo, eram velozes, din&acirc;micos e capazes de ajudar na marca&ccedil;&atilde;o. Claro, depois do Brasil de 70 e da Holanda de 74 parece que perdeu a gra&ccedil;a jogar assim pela simples raz&atilde;o de que... n&atilde;o h&aacute; jogadores bons o suficiente para o pleno funcionamento do esquema (tem tamb&eacute;m o Inter dos anos 70, mas esse fica entre par&ecirc;nteses para evitar gastura &agrave; na&ccedil;&atilde;o gremista).<br /><br />&nbsp;&nbsp; &nbsp;De qualquer sorte, com ou sem paix&atilde;o club&iacute;stica, com mais ou menos craques, em algum esquema h&aacute; que se acreditar. Como j&aacute; disse o eminente Carlos Alberto Parreira (que &eacute; nosso maior especialista em ganhar por 0 x 0), embora nem sempre fa&ccedil;am a diferen&ccedil;a, os esquemas t&aacute;ticos s&atilde;o importantes para dar a organiza&ccedil;&atilde;o m&iacute;nima necess&aacute;ria &agrave; pr&aacute;tica do futebol profissional. <br /><br />&nbsp;&nbsp; &nbsp;Achamos que foi esse o feeling que acometeu o Athos ao nos convocar para estes contos de futebol. Algum esquema era necess&aacute;rio adotar. Foi nessa hora que o velho 4-3-3 mostrou sua vantagem. Nenhum outro, como ele, possibilitava a distribui&ccedil;&atilde;o equilibrada das 11 posi&ccedil;&otilde;es regulamentares. Tamb&eacute;m, somente com ele coadjuvantes da estirpe do antigo porteiro poderiam figurar na moldura sem qualquer desdouro. 4-3-3. O conceito, enfim, est&aacute; posto. E &eacute; prudente ficar por aqui, antes que uma conversa longa desperte algum leitor her&eacute;tico &ndash; que sempre os h&aacute; &ndash; disposto a colocar por terra qualquer esquema em defesa da versada m&aacute;xima de que o importante, mesmo, &eacute; jogar. Afinal, como se sabe, h&aacute; louco para tudo.</p>
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