Minha camisa vermelha 

2014-10-30 07:00:00

<p><em>Dilan Camargo</em><br /><br />Uma sele&ccedil;&atilde;o de cronistas colorados, convocados e escalados pelo organizador deste livro, Athos Ronaldo Miralha da Cunha, entra em campo para jogar o jogo das palavras, escrevendo uma excelente literatura de futebol. Todos vestiram a camisa vermelha, soltaram a imagina&ccedil;&atilde;o, a ironia, a ludicidade e a sua paix&atilde;o pelo Internacional. Trocaram os p&eacute;s pelas m&atilde;os e escreveram cr&ocirc;nicas que nos levam a habitar em outro mundo, o &ldquo;mundo paralelo&rdquo; do nosso glorioso Inter, como diz um dos cronistas, Diego T. Hahn. Eles remexeram na mem&oacute;ria, reviveram jogos, criaram e recriaram situa&ccedil;&otilde;es, epis&oacute;dios, e principalmente celebraram a vida e a trajet&oacute;ria apaixonante deste que &eacute; a <em>gl&oacute;ria do desporto nacional</em>, o Sport Club Internacional.<br /><br />Sempre houve uma liga&ccedil;&atilde;o muito estreita entre escritores e jogadores de futebol, com algumas exce&ccedil;&otilde;es como Graciliano Ramos e at&eacute; Machado de Assis, dizem. Ambas as atividades exigem imagina&ccedil;&atilde;o para criar, inventar, surpreender, e at&eacute; mesmo para dar <em>um bal&atilde;o pro mato que o jogo &eacute; de campeonato</em>. Exigem f&ocirc;lego, pulmonar e liter&aacute;rio. Exigem persist&ecirc;ncia para escrever linhas e linhas, e para correr entre as quatro linhas at&eacute; o fim dos tempos. Exigem supera&ccedil;&atilde;o e a busca da vit&oacute;ria, seja com gols contra os advers&aacute;rios, seja pela coloca&ccedil;&atilde;o de um ponto final numa obra liter&aacute;ria.<br /><br />O escritor Athos Ronaldo Miralha da Cunha &eacute; o jogador, o treinador, o capit&atilde;o, enfim, o carregador de piano de v&aacute;rias forma&ccedil;&otilde;es de times de escritores colorados, respons&aacute;vel pela organiza&ccedil;&atilde;o de outros tantos volumes de cr&ocirc;nicas sobre o Inter, que receberam reconhecidas premia&ccedil;&otilde;es Brasil afora. A publica&ccedil;&atilde;o dessas colet&acirc;neas, como esta <strong>&ldquo;Minha camisa vermelha&rdquo;,</strong> tem contribu&iacute;do para o crescimento e a valoriza&ccedil;&atilde;o da literatura sobre futebol neste pa&iacute;s do futebol. Santa Maria tem se constitu&iacute;do assim, gra&ccedil;as a essas publica&ccedil;&otilde;es, num dos mais importantes centros de produ&ccedil;&atilde;o e de divulga&ccedil;&atilde;o da boa e da melhor literatura futebol&iacute;stica.<br />O leitor est&aacute; convidado para correr os seus olhos e a sua alma por estas linhas, para jogar junto com o time, e fazer desta leitura, mais uma retumbante vit&oacute;ria do nosso Colorado. E, como sempre, com uma inesquec&iacute;vel goleada liter&aacute;ria.</p>

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