Mãe, sabe por que eu gosto de você ser negra? Porque combina com a escuridão.

Então quando é de noite eu não tenho medo. Tudo é mãe e tudo é escuridão."

(Elisa Lucinda, poetisa e atriz brasileira)

A data de 20 de novembro marca a morte de um grande ícone da resistência negra contra o racismo, Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e grande guerreiro pela libertação da população negra no período escravocrata do Brasil. Por causa de sua coragem incisiva e resistência, Zumbi é celebrado como inspiração e símbolo do Dia da Consciência Negra.

Esta data deve ser pensada como o dia nacional de todos os brasileiros e brasileiras que lutam por uma sociedade de fato democrática e igualitária, unindo toda a classe trabalhadora num projeto de nação que contemple a diversidade engendrada no nosso processo histórico.

O Dia da Consciência Negra representa a luta contra o racismo, problema negado dentro e fora do Brasil, que foi um dos últimos países a abolir de vez o trabalho escravo.

O projeto neoliberal implantado em nosso país acirrou as desigualdades, afetando, ainda mais, as parcelas menos favorecidas da população brasileira. Os(as) negros(as) representam a maior parcela da população que enfrenta desigualdades sociais e econômicas. O racismo, embora criminalizado pelas nossas leis de pós-democratização, permanece latente em nossa sociedade.

A Diretoria da APCEF, ao celebrar junto à comunidade o Dia da Consciência Negra, convida a todos(as) a refletir sobre o reconhecimento da importância das culturas africanas na formação da identidade brasileira e como podemos construir uma sociedade igualitária.

Leia mais:

>De novo o tal racismo - artigo de Guilherme Simões para a Carta Maior

>Sobre ser negra e lutar contra o silenciamento - artigo de Júlia Nascimento para a Carta Maior

>Consciência Negra - texto de Samantha Buglione para o portal Geledes