<p>Em agosto do ano passado, o governo de Jos&eacute; Ivo Sartori (MDB) e a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) anunciaram a entrega da coleta e o tratamento de esgoto em nove cidades da Regi&atilde;o Metropolitana de Porto Alegre a uma parceria p&uacute;blico-privada (PPP). O objetivo seria, de acordo com o an&uacute;ncio, fazer com que os servi&ccedil;os cheguem a 87,3% da popula&ccedil;&atilde;o da regi&atilde;o at&eacute; 2028. At&eacute; a quinta-feira (28), oito munic&iacute;pios j&aacute; haviam aderido ao contrato para participar do programa. Resta apenas Canoas &ndash; a mais populosa entre elas &ndash; a assinar.</p>
<p>N&atilde;o faltam, por&eacute;m, cr&iacute;ticas &agrave; PPP: centenas de munic&iacute;pios do mundo inteiro que privatizaram seus servi&ccedil;os de &aacute;guas e esgotos nas &uacute;ltimas d&eacute;cadas voltaram atr&aacute;s: Paris, na Fran&ccedil;a; Atlanta, nos Estados Unidos; Berlim, na Alemanha; ou Buenos Aires, na Argentina, por exemplo, tornaram os servi&ccedil;os novamente p&uacute;blicos, depois de perceberem que as empresas privadas respons&aacute;veis pelos servi&ccedil;os n&atilde;o cumpriam as cl&aacute;usulas acordadas ou tornavam o abastecimento caro demais para a popula&ccedil;&atilde;o.</p>
<p>Essa preocupa&ccedil;&atilde;o foi levantada pela diretora de Aposentados/as, Previd&ecirc;ncia e Sa&uacute;de da APCEF/RS, C&eacute;lia Zingler, que esteve em Canoas, na quinta-feira, para participar da Tribuna Popular na C&acirc;mara de Vereadores. Ela, que faz parte da coordena&ccedil;&atilde;o do Comit&ecirc; Ga&uacute;cho do F&oacute;rum Mundial Alternativo da &Aacute;gua (FAMA) &ndash; uma organiza&ccedil;&atilde;o da qual a Apcef &eacute; signat&aacute;ria &ndash;, disse aos/&agrave;s parlamentares que o projeto de PPP &eacute; o mesmo que &ldquo;entregar o que &eacute; do povo para o setor privado&rdquo; ou &ldquo;a mesma coisa que dar presente com dinheiro alheio&rdquo;.</p>
<p>&ldquo;Com o comprometimento que a APCEF tem em defesa do Bem Comum, a todo momento surgem frentes de luta. Lutar contra as Parcerias P&uacute;blico Privadas na Regi&atilde;o Metropolitana &eacute; defender o saneamento b&aacute;sico &ndash; &aacute;gua e tratamento de esgoto &ndash; como uma responsabilidade p&uacute;blica e em defesa da CORSAN, que reinveste o superavit, diferente das empresas privadas cujo lucro &eacute; dos investidores&rdquo;, disse Zingler.</p>
<p><a href="/upload/misc/file/70ea57b3ac4785faeed6ab28d537adeb." target="_blank">Leia aqui a manifesta&ccedil;&atilde;o de C&eacute;lia Zingler, assinada por 21 entidades</a>.&nbsp;</p>