2018-08-18 16:05:00
<p><img title="Valdete Souto Severo no LíderA" src="http://apcefrs.org.br/web/upload/misc/image/80a815ccbb1d972d26711864a06be35f.jpg" alt="Valdete Souto Severo no LíderA" width="660" height="440" /></p>
<p>Começou na manhã deste sábado (18) o segundo encontro do LíderA de 2018. No Brasil de 2018, com quase 28 milhões de pessoas desempregadas, o curso de capacitação de lideranças voltado para representantes da APCEF/RS nas unidades Caixa, nesta edição, trouxe a Juíza do Trabalho Valdete Souto Severo. Para dezenas de bancários que lotaram a colônia da Associação em Tramandaí, onde ocorre o seminário, ela falou sobre Direitos Fundamentais no país.</p>
<p>Valdete, que é magistrada no Tribunal Regional do Trabalho da Quarta Região, em Porto Alegre, e doutora em Direito do Trabalho pela USP, afirmou que “poucas categorias experienciaram a destruição de seus direitos trabalhistas como bancários e bancárias”. No debate, a juíza disse que não é somente no mundo do trabalho que o Brasil vive um período definido como “exceção”. “Há um ataque a direitos liberais mínimos”, citando o caso da vereadora carioca Marielle Franco, morta em março, e mais de 200 ativistas em direitos humanos assassinados nos últimos quatro anos no país.</p>
<p><img title="O presidente da APCEF/RS Marcello Carrión no LíderA" src="http://apcefrs.org.br/web/upload/misc/image/8d3dfc2d2981edf0fd7a695040570e9b.jpg" alt="O presidente da APCEF/RS Marcello Carrión no LíderA" width="660" height="440" /></p>
<p>Ainda que, segundo ela, nunca tenha sido fácil conquistar direitos sociais no Brasil – avanços baseados em enfrentamento, historicamente –, o período recente reserva o que Valdete define como “ruína” das instituições nacionais. Trata-se de uma conjuntura que se repete contemporaneamente no mundo ocidental, mas nosso país tem particularidades: mais de 400 anos de escravidão e poucos hiatos democráticos em meio a ditaduras que se sucederam. A perspectiva, para a juíza, é de que a situação tende a piorar, dependendo do resultado das eleições gerais de outubro, que elegerá, além do Poder Executivo, o parlamento federal.</p>
<p>Valdete, no LíderA, abordou a criação e manutenção de direitos fundamentais – entre os quais se inclui, além do direito à moradia, à saúde e à alimentação adequada, por exemplo, também o direito à Justiça do Trabalho. A Reforma Trabalhista, tema que ela vem comentando publicamente desde que a pauta começou a ser discutida, ainda em 2016, foi um dos principais temas. “O objetivo [da Reforma] não foi corrigir a CLT ou gerar emprego – o objetivo foi acabar com a Justiça do Trabalho. Para ela, a mudança da legislação, que passou a vigorar em novembro do ano passado, corresponde a um rompimento do que representou a promulgação da Constituição de 88, um pacto de uma sociedade capitalista para acabar com a miséria no país.</p>
<p><img title="LíderA" src="http://apcefrs.org.br/web/upload/misc/image/da42edef45226d705745d6c321eabcf7.jpg" alt="LíderA" width="660" height="440" /></p>
<p>A juíza comentou a emergência do discurso de ódio no país e internacionalmente. A respeito da realidade brasileira, ela interpreta que muito deriva de uma ausência de enfrentamento de questões históricas: “Não conseguimos fazer o que todos os outros países da América Latina que viveram ditaduras fizeram: na nossa abertura democrática conciliada, não conseguimos punir torturadores e tirá-los do poder”, disse. Hoje, afirma, há temas que pareciam superados que voltaram à posição de tabus. “Mesmo palavra 'ideologia' foi interditada, virou palavrão. Como se todo o discurso não fosse ideológico”.</p>
<p>Além da fala de Valdete, abrindo o encontro, boa parte da manhã foi ocupada por falas de representantes, com perguntas à palestrante e avaliações do momento político. A juíza, ao final, foi aplaudida em pé pelo público.</p>
<p><a href="http://justificando.cartacapital.com.br/author/valdete-souto-severo/" target="_blank"><strong>Acesse aqui os textos da juíza Valdete Souto Severo no Justificando.</strong></a></p>
<p>“Pela manhã, no LíderA, temos discussões de conjuntura, sobre temas importantes no contexto brasileiro, para estimular o pensamento crítico, e, à tarde, tratamos de questões relativas à categoria bancária e à própria Associação”, explicou o diretor de Formação para o Bem Comum da APCEF, Marcos Todt – já que boa parte do público presente nesta edição é novato no seminário, por conta da recente eleição de Representantes. “A gente tem o objetivo de formar lideranças, mas que lideranças são essas? A gente quer se formar juntos, crescer coletivamente, e nos referimos a 'liderança' em um sentido solidário, para fortalecer a APCEF e transformar a sociedade”, afirmou.</p>
<p>As atividades do encontro seguem à tarde, com um seminário a respeito de temas internos da categoria e de bancários/as da Caixa. Participarão a diretora da Mulher Trabalhadora na Fetrafi, Cristiana Garbinatto, e o dirigente de Relações Sociais do Sindibancários Espírito Santo, Idelmar Casagrande.</p>
<p><img title="Público do LíderA. Fotografia: Paulo Belotto" src="http://apcefrs.org.br/web/upload/misc/image/4c1d16aa8c6f650d95b0b28b59b41778.jpg" alt="Público do LíderA. Fotografia: Paulo Belotto" width="660" height="440" /></p>
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